segunda-feira, 31 de julho de 2017

Sobre Liberdade E Outras Coisas


Quando criança sempre desejei ser adulta logo, muito provavelmente pelo fato de que convivia mais com adultos do que com crianças. Devia ter uns quatro ou cinco anos quando decidi o que iria ser quando crescer, e uns seis ou sete quando me chamaram de muito madura para a minha idade. E, é claro, fui daquele tipo de criança que se dava melhor com as crianças mais velhas do que com as da própria idade, e conseguia manter uma conversa razoável com adultos muito antes do esperado. Ou seja, queria ser independente, ser responsável por mim mesma e acima de tudo queria ser capaz de realizar meus sonhos sozinha.

Mas as coisas não saíram como o esperado. Muito além de não ter conquistado a minha independência, me sinto afogada no mar de controle de outra pessoa. É claro que ter alguém para se preocupar com você, ser interessado na sua vida é algo essencial para saciar o lado carente que todo o ser humano tem, mas espaço é bom e eu gosto.

Se fossem somente as coisas importantes, estaria tudo bem. Mas não ter voz para decidir coisas simples do dia a dia? Me faz querer fugir pra bem distante. Alias, ainda não contei pra ninguém, mas vou. Pra mais distante do que alguém pode imaginar.

Sinceramente, quando a vontade nasceu dentro do meu coração, doeu. Doeu porque de alguma forma eu senti que é um caminho sem volta. Quando entrar naquele avião nunca mais serei a mesma. Mesmo que dependa dos seus recursos para tal, saiba que esse será o meu grito de liberdade.

Não admito viver nessa inercia constante, apenas sobrevivendo. Sabe, eu nasci para viver. Acredito em destino, mas talvez o meu esteja preso nessa rotina. Sem emoções, felicidades ou planos.

Não tenho ideia de como vou fazer para contar, nem como vou fazer. O que sei é que esse sentimento, o da decisão, eu nunca tinha sentido antes. E acredite quando digo que não vou desistir.

Essa intuição que cresce a cada dia, essa vontade de ir logo. Não sou ingenua o suficiente para achar que nunca mais vou voltar, ou para pensar que não sentirei falta. Mas sou consciente o suficiente para saber que posso ser mais, fazer mais.

Essa é a primeira vez que escrevo sobre isso, mas tenho a sensação de que escreverei mais mil cartas dessas até chegar o momento em que tudo valerá a pena. E eu mal posso esperar para ter a minha vida só para mim.


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